quarta-feira, 29 de abril de 2009

Politeísmo e Magia


Uma coisa que vem me preocupando nos últimos tempos é a visão altamente simplista a cerca daquilo que se pensa saber sobre as religiõs históricas. Sabemos que grande parte das religiões da antiguidade eram politeísta e que algumas delas , principalmente as de raíz xamânica acreditavam em preceitos que durante a idade Média convencionou-se chamar como práticas mágicas.
Durante o século XIX quando voltou-se a desenvolver um fascínio por essas religiões devido ao surgimento de ciências novas como a antropologia e a arqueologia, muitas dessas religiões (que em suma mesmo com o passar dos tempos ainda conservou seus princípios) acabaram por ganahr novos adeptos, que foram os frutos daquilo que eu enquadrei como "curiosos" no artigo sobre a militância no reconstrucionismo. E foi graças a uma parte leiga desses novos adeptos que convencionou-se pensar que havia um laço lógico e indissociável entre a prática religiosa desses povos antigos, ou seja, a crença politéísta e a prática que , como já disse, convenvionou-se chamar de "magia".
Antes de continuarmos compete defirnosmos o que se entende por magia. De forma geral podemos chamar de magia tuda ação que tem por finalidade alterar a ordem natural das coisas; essa prática, segundo historidores, antropólogos e aqueólogos faz parte do substrato primitivo das religiões de todo o mundo ao longo da história e com o desenvolvimento da ciência e sistemas de crenças antigos elas foram misturando-se à religião institucionalizada e afirmando-se não mais como misticismo ou crendice, mas sim como componentes esseciais, como se pode ver entre os egípcios. E em outros casos esse sistema "mágico" acabou por distanciar-se da religião institucionalizada passando a ser um sistema independente, livre e não exatamente religioso, como ocorreu com a Grécia.
Em suma é preciso adverter que não há ligação entre politeísmo e magia. Há religiões politeístas que usam ou usaram de magia, e também há religiões monoteístas que fazem uso dela. No caso Grego a magia perdeu-se ao longo do desenvolvimento histórico do politeísmo helênico. À religião civil uniu-se o culto dos mortos e dos deuses ctônicos, bem como os cultos domésticos, mas não de forma necessária a prática mágica. Evidentemente não há regras, sendo assim, podemos dizer que a magia era praticada na Grécia, mas não como forma estatal. Era antes de mais um veículo marginal usada por alguns cidadãos de algumas polieis a fm de combater mal olhado e outros casos semelhantes. Porém, esses casos ocorriam fora dos limites das vilas e pólis , nas matas e caminhos nas suas cercanias.
É costume dizer que os cultos agrários abarcam práticas mágicas a fimd e trazer fertilidade }à terra e prosperidade. Porém, entedendo-se a magia da forma apontada acima, não considero que em tais ritos haja uma forma de magia, mas sim de ritual local em que é pedido o favor dos deuses para aquilo que é necessário aos fiéis, assim como ocorre na pólis, com suas necessidades e festividades relacionadas.

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